As adenomegalias são bastante frequentes na criança e, em geral,
estão relacionadas a processos infecciosos sistêmicos ou localizados.
Ao se abordar uma criança ou adolescente com adenomegalias, é
necessário além de uma história cuidadosa, um acurado exame físico em
que todas as cadeias de gânglios são examinadas, além da procura de
focos infecciosos localizados, tais como infecção dentária ou dentes
mal conservados, infecção amigdaliana, cutânea, entre outros. O aspecto
do linfonodo deve ser avaliado com cuidado, pois linfonodomegalias
reacionais podem acometer mais de um linfonodo da mesma cadeia
ganglionar, mas não são aderidos entre si, nem com as estruturas
vizinhas, enquanto gânglios neoplásicos tendem a ser múltiplos e
coalescentes. O acometimento de cadeias ganglionares não observadas
usualmente, tais como: fossa supraclavicular, região cervical baixa,
axilar, pré –auricular, epitrocleano e poplítea, merece investigação
com exames de imagem e biópsia precoce, visando afastar doenças mais
graves, como linfomas e tuberculose.
Os pacientes com adenomegalias generalizadas, com ou sem
hepatoesplenomegalia, devem ser avaliados com atenção especial.
Sintomas, como dores ósseas (compressão da região esternal, tibial),
anemia, febre, petéquias ou equimoses devem ser obrigatoriamente
investigados inicialmente com hemograma completo, RX de tórax e
ultrassonografia de abdômen. As alterações do hemograma em duas ou mais
series (anemia, plaquetopenia, leucocitose ou leucopenia) indicam a
necessidade de mielograma para se afastar a hipótese de leucemia. A
presença de alargamento mediastinal ou enfartamento ganglionar volumoso,
abdominal leva á hipótese de linfoma, devendo ser realizado mielograma
e, caso este seja normal, biópsia ganglionar precocemente.
Dor abdominal
A maioria dos tumores abdominais tem a dor como sintoma. Esta, no
entanto, é talvez uma das queixas clínicas mais frequentes em
Pediatria, relacionadas a distúrbios digestivos, verminoses e outras
tantas causas não oncológicas. Assim, uma criança com dor abdominal
deve ser investigada por meio de uma história detalhada, pesquisando-se
alteração do hábito intestinal, vômitos, alteração urinária, etc. Além
de um exame físico acuradíssimo, com palpação bimanual, visando
verificar alterações da loja renal, palpação em decúbito lateral,
presença de ascite, etc. Caso haja alguma alteração do exame físico,
será necessária uma investigação por imagem. A ultrassonografia
facilmente realizada é de extrema valia para o diagnóstico de massas
abdominais intra ou retroperitoneais. Feito o diagnóstico de massa
abdominal ou retroperitonal, é obrigatório que rapidamente se descarte
uma neoplasia maligna.